Fertilização in vitro e HIV

De acordo com o Ministério da Saúde,  cerca de 600 mil brasileiros possuem o vírus  HIV. Dentre eles, existem casais soroconcordantes (ambos portadores do vírus) e sorodiscordantes (apenas um dos parceiros é portador do vírus) que estão na idade reprodutiva mas têm dúvidas sobre os processos para engravidar de forma segura. A transmissão do vírus ocorre através do sangue, leite materno, sêmen, mucosas corporais e líquido ovariano.

Para que os casais prossigam com tratamentos de Reprodução Assistida, o cônjuge infectado deve estar em terapia antirretroviral, com carga viral baixa (<10.000 cópias/mL) e boa contagem de células CD4 (>350 células/µL), sendo este controle importante para reduzir o risco de transmissão do vírus e melhorar a fertilidade natural.

No caso onde a mulher é acometida, desde que ela esteja em tratamento, com a carga viral baixa e controlada, existem processos como a Inseminação artificial (IA) ou a Fertilização in vitro (FIV) com uso da Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) como métodos mais seguros sem a necessidade de relação sexual desprotegida.

Quando o homem é o portador e está em terapia antirretroviral, é possível o casal ser submetido também a Inseminação artificial (IA) ou a Fertilização in vitro (FIV) com uso da ICSI, porém a amostra de sêmen deverá passar por cuidados específicos como:

• Dupla lavagem seminal através dos métodos de gradiente de densidade e swim-up para eliminação de leucócitos.
• Pesquisa do HIV na amostra de sêmen por PCR.
• Congelamento seminal para obtenção do resultado da PCR.

As clínicas de Reprodução Assistida devem ter infraestrutura adequada  e exclusiva para realizar procedimentos em casais portadores, visando reduzir os riscos de exposição de outros pacientes a contaminação cruzada e proteção da equipe.

Além disso, vale ressaltar que a profilaxia, ou seja, a prevenção do contágio requer uma série de cuidados no dia a dia de todo e qualquer indivíduo, como por exemplo:

• O uso da camisinha durante relações sexuais, mesmo com parceiro fixo;
• Utilizar objetos cortantes e perfurantes apenas quando esterilizados;
• Não utilizar seringas as quais tenham sido usadas por mais de uma pessoa;
• Não fazer transfusões de sangue sem a verificação dos pré-requisitos necessários.

É imprescindível a visita regular do portador ao médico. Os tratamentos para controle do HIV são disponíveis gratuitamente pelo SUS e devem ser seguidos a risca para possibilitar a uma vida saudável e uma gravidez sadia.

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