A doação de óvulos, também chamada de ovodoação, é um programa disponível e cada vez mais requerido pelos casais que precisam do tratamento de fertilização in vitro (FIV) para alcançar a gravidez. Possui caráter anônimo e não comercial, como prevê a Resolução n. 2121 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Portanto, o sigilo e anonimato são essenciais para que ocorra o procedimento, não sendo permitida a doação entre familiares. Para que o programa funcione, as normas propostas pelo CFM devem ser rigorosamente obedecidas pelas clínicas que o oferecem, principalmente por razões éticas:
Nos casos de ovodoação, tanto o casal doador quanto o casal receptor de óvulos deverão passar pelo processo de FIV para alcançar a gravidez. É muito importante enfatizar que, para que uma mulher seja doadora de óvulos, ela deve necessitar do tratamento de FIV para engravidar, ou seja, não é possível a doação apenas por desejo de ajudar uma outra pessoa.
O pareamento entre doadora e receptora tem base nas características étnicas, como raça, cor e tipo de cabelo, cor dos olhos e, principalmente, na compatibilidade entre a tipagem sanguínea da doadora e do casal receptor.
Para que a paciente seja candidata à doação de óvulos, deverá se enquadrar nos seguintes critérios: idade inferior a 35 anos, necessitar do tratamento de FIV para engravidar, ter saúde plena sem nenhum antecedente hereditário pessoal ou familiar que possa ser transmitido ao descendente, realizar todos os exames ginecológicos e laboratoriais solicitados e ter a quantidade mínima de óvulos após coleta oocitária para serem doados.
É característica da paciente doadora de óvulos uma boa reserva ovariana, porém, em contrapartida, possuem causas de infertilidade como obstrução tubária e/ou fator masculino (alteração espermática).
A recepção de óvulos pode ser indicada nas seguintes situações:
O casal candidato à recepção dos óvulos passa inicialmente por detalhada consulta, onde são avaliados antecedentes pessoais e familiares e compartilhadas orientações sobre funcionalidade do programa.
Como é feita a ovodoação
A doadora de óvulos é submetida à estimulação ovariana e indução da ovulação como descrito no processo de FIV. O médico prescreve por cerca de 10 dias o hormônio folículo estimulante (FSH) para incitar os ovários a produzirem um número maior de folículos e, consequentemente, de óvulos viáveis à fecundação. O crescimento dos folículos é acompanhado pelo médico por meio de ultrassonografias em série, realizadas geralmente a cada dois dias, até que os folículos consigam atingir tamanho ideal para maturação. Nesse estágio, o médico administra o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG), responsável pela maturação dos óvulos.
Do momento da aplicação do hormônio até a coleta dos óvulos se passam em torno de 34 a 36 horas. Na sequência, em até 36 horas da aplicação do hCG, o médico realizará a punção folicular em centro cirúrgico, procedimento realizado sob anestesia. A punção é um procedimento relativamente simples, que consiste na aspiração do líquido folicular e consequentemente do óvulo, por meio de uma fina agulha. O processo leva em torno de 15 minutos para ser finalizado. O líquido folicular aspirado é encaminhado ao laboratório de FIV e analisado para separação dos óvulos por meio do uso da microscopia.
O número mínimo de óvulos maduros para doação deverá ter sido obtido, ocorrendo então a divisão entre doadora e receptora. A partir de então, dá-se seguimento ao tratamento de FIV com a amostra de sêmen dos respectivos companheiros.
Resultados da ovodoação
É importante lembrar que com a doação de óvulos, as chances de alcançar a gravidez para uma paciente receptora são as mesmas de uma paciente doadora. Uma vez que deve ser levado em consideração a idade do óvulo e não da paciente que está recebendo.
A doação de óvulos é um ato que envolve muita generosidade e este ato de bondade possibilita que muitos casais consigam atingir seu sonho de alcançar uma gravidez.
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