Endometrial Receptivity Array (ERA)

Durante o ciclo menstrual, existe o momento mais propício, denominado “janela de implantação”, para que o embrião se fixe à parede interna do útero, o endométrio. Se o óvulo for fecundado pelo espermatozoide e o embrião migrar para o endométrio fora desse período, as possibilidades de a gravidez não prosperar são grandes. Portanto, fazer a análise da receptividade do endométrio ao embrião aumenta as chances de implantação e de a gravidez progredir.

A janela de implantação ocorre entre o 19º e o 21º dia do ciclo menstrual regular e é controlada pela progesterona, hormônio sexual fundamental para o equilíbrio do ciclo ovariano e para a gravidez. Depois da ovulação, para que o endométrio receba o embrião e a gravidez se desenvolva, os níveis de progesterona aumentam. Se a gravidez não ocorrer, a progesterona diminui, o endométrio descama e a menstruação ocorre normalmente.

O Teste de Receptividade Endometrial (ERA – Endometrial Receptivity Array) é um método diagnóstico desenvolvido recentemente para identificar o período da “janela de implantação”, ou seja, a receptividade endometrial do ponto de vista molecular, auxiliando na realização de técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). O teste, realizado com o auxílio de um software, avalia especificamente a expressão de 236 genes que influenciam na receptividade do endométrio.

Quando um casal procura uma clínica queixando-se de dificuldades para engravidar, é importante fazer uma investigação profunda das possíveis causas. Uma dessas causas pode estar relacionada com a implantação. O ERA, atualmente, utiliza a tecnologia de Next Generation Sequencing (NGS) para analisar o material coletado por biópsia.

 

Indicações do Teste de Receptividade Endometrial

Em técnicas de reprodução assistida, o objetivo do ERA é identificar a janela de implantação para que o embrião seja transferido ao útero da mulher no momento mais propício à implantação, aumentando os índices de sucesso do procedimento.

Dessa forma, o ERA é indicado, principalmente, para casais que realizaram mais de duas transferências embrionárias e não obtiveram sucesso, resultando em repetidas falhas de implantação.

Como é realizado o ERA

A primeira etapa do ERA é a biópsia endometrial, que pode ser realizada durante um ciclo natural ou após preparo do endométrio. O médico introduz um cateter no útero da mulher e coleta um pedaço do tecido endometrial, que é colocado em um recipiente e enviado para análise do laboratório.

A biópsia deve ser feita no dia em que provavelmente esteja a janela de implantação, já que os resultados do teste dizem se naquele momento o endométrio está ou não receptivo. Caso não esteja, o teste ainda mostra se a janela está deslocada para mais cedo ou mais tarde.

O ERA é um teste desenvolvido e patenteado pela IGENOMIX, empresa que oferece serviços de genética avançada para reprodução humana, portanto o material coletado deve ser enviado a eles para análise.

Os resultados são enviados ao médico solicitante cerca de 15 dias depois da realização do exame.

Resultados

Os resultados do teste podem ser “receptivo” ou “não receptivo”, indicando se o endométrio está ou não preparado para receber o embrião. Se o resultado for “não receptivo” à implantação, o ERA indica se a janela de implantação está deslocada para antes ou depois daquele momento, com as nomenclaturas pré- ou pós-receptivo.

Cada condição requer uma atitude terapêutica. Os endométrios não receptivos que estejam pré-receptivos precisam de mais progesterona para se tornarem receptivos. Quando isso acontece, a mulher passa por um novo ciclo e recebe um novo tratamento com progesterona, por um período mais longo com doses mais altas. Já os endométrios não receptivos que estejam pós-receptivos precisam de uma quantidade menor de progesterona para se tornarem receptivos. Nesses casos, a mulher também passa por um novo ciclo, mas recebe um tratamento com doses menores de progesterona por um período mais curto.

Ao ser identificada a janela de implantação, os embriões criopreservados podem ser transferidos para o útero após o preparo endometrial.

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